terça-feira, 17 de novembro de 2015

A Moeda Farroupilha

A Revolução Farroupilha foi um marco na História do Brasil, pois foi a guerra mais longa do período imperial. O que poucos sabem é que tivemos um carimbo sobre moedas que circularam durante aproximadamente 10 anos no sul do Brasil, no tempo do Império. O carimbo "legalizou" as moedas circulantes no território da República Piratini. Durante a existência da República Piratini, as moedas que circularam nas regiões ocupadas pelos republicanos, tanto as de prata, quanto as de cobre, receberam o carimbo Piratini. Nelas estavam inclusas as moedas circulantes no Império Brasileiro, os 8 reales Espanhóis e algumas da República Argentina. Não há certeza, mas reza a lenda que o carimbo foi criado no Uruguai e que se destinava, para autenticar as moedas que serviriam de pagamento aos gaúchos rio-grandinos residentes daquele país. O brasileiro Kurt Prober publicou em 1940, citando como primeira referência da aparição deste carimbo o autor português João Xavier da Motta. Motta descreve o desenho do carimbo, nas paginas 80 e 81 de seu livro - Moedas do Brasil 1645-1889, representado como "duas mãos segurando uma espada, com a ponta para cima, suspendendo o barrete resplendente, em um pequeno escudo oval, como demonstração de novo regimento da antiga província brasileira”. A moeda que circulou nos pontos que iam sendo ocupados pelos separatistas, desde 1836, recebia um carimbo, de confecção e fabricação uruguaia. Eram especialmente destinadas ao pagamento dos gaúchos da Banda Oriental, que estavam a serviço dos farroupilhas, cujo carimbo era de forma oval e lembra as Armas dos países hispano-americanos, além de conter em castelhano o nome do mês do início da rebelião. A prova da moeda farroupilha vem do Jornal O POVO, periódico político, literário e ministerial da República Rio-Grandense. Este jornal publicou no dia 31 de outubro de 1838, o decreto de 8 de julho, onde em seus 34 artigos tratara da legalização da moeda e demais iniciativas. Assinou o decreto o presidente Bento Gonçalves da Silva e o Secretário de Estado dos Negócios de Fazenda Domingos José de Almeida. Entre as peças monetárias ligadas à República Rio-Grandense, devemos fazer referência às Blastracas, que são pedaços de moedas, geralmente de prata boliviana ou peruana, carimbadas com valores de 100, 200 e 400 réis. São de formatos irregulares; a linha de corte é lisa, dentada ou ondulada, o corte era executado manualmente em metade ou quarto de moedas e raramente com tamanho e peso uniformes. As moedas farroupilhas perderam seu valor após a pacificação da província com o Império, mas permanecem de grande valor para a história do Rio Grande do Sul. Diones Franchi Jornalista

 

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