domingo, 5 de novembro de 2017

Dona Caetana – A primeira dama da República Rio - Grandense

Por: Diones Franchi

Cayetana Juana Francisca Garcia y Gonzáles nasceu em Melo no Uruguai em 6 de agosto de 1798. Era conhecida como Dona Caetana, a esposa de Bento Gonçalves, líder do movimento farroupilha no Rio Grande do Sul, e presidente da República Rio-Grandense.
Era filha de Narciso Garcia, natural da Espanha, e de dona Maria González, natural da localidade do Povo Novo, na cidade do Rio Grande.
Dona Caetana casou – se com Bento Gonçalves em 7 de dezembro de 1814, com apenas 16 anos e por esse fato é considerada a 1ª Primeira-Dama da República Rio-Grandense.
Em sua juventude Dona Caetana era considerada uma bela uruguaia de olhos verdes, sendo que jamais renunciou a língua pátria. Chamava a atenção em sua maneira de vestir-se, sempre com belos vestidos. 
Dizia uma “lenda” que Bento Gonçalves tratava Caetana de forma carinhosa e que o chamava de “Minha Uruguaiana” pelo fato de Caetana ser uruguaia. E que isto seria uma das denominações da origem do nome da cidade de Uruguaiana. De fato isso não tem comprovação histórica e nem está nos anais daquele município.
Mas na época o povoado da futura Uruguaiana estava sobre domínio dos farroupilhas, constando apenas o decreto n° 21, do General Bento Gonçalves da Silva, então Presidente da República do Rio Grande de Piratini, que autorizou a criação de uma "capela curada" denominada "Capela do Uruguai" no "Capão do Tigre" cujo território, assim como o de Santana faziam parte de 2° distrito de Alegrete.
O novo povoado chamava-se, no início, Santana do Uruguai, por ser uma passagem de tropas e comerciantes que costumavam atravessar o rio Uruguai, sendo mais tarde mudado para Uruguaiana.
Nada que comprovasse a denominação a esse fato, apenas que o local teve grande influência dos farrapos no período da revolução, fez se criar algumas lendas e literaturas romanceadas ligadas a Caetana.
Da sua união com Bento Gonçalves nasceram Perpétua Justa Gonçalves da Silva, Joaquim Gonçalves da Silva, Bento Gonçalves da Silva Filho, Caetano Gonçalves da Silva, Leão Gonçalves da Silva, Marco Antônio Gonçalves da Silva, Maria Angélica Gonçalves da Silva e Ana Joaquina Gonçalves da Silva.
Caetana foi personagem na literatura e na televisão, estando presente em romances históricos, como Os Varões Assinalados de Tabajara Ruas, A Guerra dos Farrapos de Alcy Cheuiche, A Casa das Sete Mulheres e Um farol no pampa, ambos de Letícia Wierzchowski. É mencionada também em correspondências do marido e descrita em registros históricos.
Sua existência tornou-se conhecida nacionalmente com a exibição, em 2003, da minissérie da Rede Globo, A Casa das Sete Mulheres, baseada em livro do mesmo nome, tendo sido interpretada pela atriz Eliane Giardini.
Faleceu em sua estância da Figueira, na casa da filha Maria Angélica e do genro Antônio José Centeno no município de Cristal no Rio Grande do Sul, em 30 de março de 1872 na época município de Camaquã. Seus restos estão sepultados em um jazigo no cemitério São João em Camaquã no Rio Grande do Sul.

Fontes:

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Bento Gonçalves. Parlamentares Gaúchos – Atas e Resoluções da Primeira Legislatura da Assembleis Provincial. (1835-36). 2005
A Guerra dos Farrapos – Alcy Cheuiche. 2003
Prefeitura Municipal de Uruguaiana - http://www.uruguaiana.rs.gov.br/pmu_novo/historia

 Imagens de Bento Gonçalves e Dona Caetana - Museu de Camaquã - RS

Túmulo de Dona Caetana -Camaquã - RS

6 comentários:

  1. Excelente Blog. Utilizei um texto teu sobre lavras do sul. Em meu Blog. pesquisandocidades.blogspot.com.br, com a devida referencia. espero não ter problema. Sou um entusiasta pela história e presente do Rio Grande. E mantenedor de alguns blogs e paginas sobre o assunto. cenasperdidas.blogspot.com.br, rotasetrips.blogspot.com.br, e a pagina no facebook- Pelos Caminhos do Riogrande.

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  2. Diones,olá! Tens algum documento que fale sobre a vida de caetana na fazenda junto com as outras mulheres?

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  3. Muito enriquecedor, esta história.

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