terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Maragatos e Pica-Paus (Chimangos)

Os termos “maragato” e “pica-pau” foram usados para referir-se às duas correntes políticas gaúchas durante a Revolução Federalista de 1893.
Os “maragatos” representavam os federalistas, liderados por Gaspar Silveira Martins, e eram identificados pelo uso de lenços vermelhos. Os “pica-paus” representavam os republicanos, liderados por Júlio de Castilhos, e sua identificação se dava pelo uso de lenços brancos.
Segundo Manuelito de Ornelas, os republicanos eram chamados de “Pica-Paus”, em função da divisa branca que usavam nos chapéus, lembrando o topete da ave. Os federalistas eram chamados de “maragatos” em referência a mercenários castelhanos, descendentes de imigrantes espanhóis oriundos da Maragataria, área da província de Leon, na Espanha.
O termo “chimango” ou “ximango”, que já havia designado no Império uma facção do Partido Liberal, recebeu novo sentido só a partir da publicação, em 1915, do poema satírico de autoria de Ramiro Barcelos, intitulado Antônio Chimango. A partir de então, foram chamados de “chimangos” os republicanos, que eram liderados por Antônio Augusto Borges de Medeiros.
Na Revolução de 1923, houve a eleição de Borges de Medeiros que se candidatou pela quinta vez consecutiva como presidente do Rio Grande do Sul. Os chimangos enfrentaram as oposições maragatas, representadas pelos federalistas e pelos dissidentes do PRR liderados por Assis Brasil.
Hoje os lenços vermelhos dos maragatos e brancos dos chimangos, fazem parte da cultura gaúcha, mas diferente do passado se encontram lado a lado, unidos em favor dos pagos do Rio Grande do Sul.

Por: Diones Franchi
Jornalista
Mestre em História

Referências:
ALVES, Francisco das Neves. Revolução Federalista: história e historografia. Rio Grande: Editora da Furg, 2002
PESAVENTO, Sandra J. A Revolução Federalista. São Paulo: Brasiliense, 1983.
MARTINS, José Julio Silveira. Silveira Martins. Rio de Janeiro: Typ. São Benedicto, 1929.






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