Porto Alegre é a capital do Rio Grande do Sul, e a principal cidade do sul do Brasil.
Sua história inicia - se em 26 de março de 1772, quando o povoado primitivo foi elevado à condição de freguesia.
Inicialmente a colonização da área, foi realizada por estancieiros portugueses ainda no século XVII.
No século XX, sua expansão adquiriu ritmo muito acelerado, em processo que consolidou sua primazia entre todas as cidades do Rio Grande do Sul e a projetou no cenário nacional. Com o tempo, a cidade empenhou-se em ampliar organizadamente sua malha urbana e provê-la dos necessários serviços, obtendo significativo sucesso, mas enfrentando também várias dificuldades, ao mesmo tempo em que desenvolvia expressiva cultura própria, que chegou em alguns momentos a influir em todo o Brasil, em vários aspectos.
Hoje, Porto Alegre é uma das maiores capitais do Brasil e uma das mais ricas e de melhor qualidade de vida.
As origens
Por ocasião do Descobrimento do Brasil, a região é Porto Alegre, era habitada pelos grupos indígenas guaranis, charruas, minuanos e tapes. Com o estabelecimento do Tratado de Tordesilhas em 1494, e com a colonização do Brasil em 1500, o território ficou dividido pela linha demarcada pelo Tratado.
A região sob domínio português terminava na altura de Laguna, em Santa Catarina, ficando o Rio Grande do Sul sob domínio espanhol.
Contudo, com a União Ibérica, entre 1580 a 1640, esses limites tornaram-se relativamente inócuos, surgindo novos tratados.
Havendo pouco interesse da metrópole por estas terras, diversos desbravadores portugueses começaram a se estabelecer espontaneamente perto do litoral.
Em 1732, Manoel Gonçalves Ribeiro, natural de Laguna, recebeu uma sesmaria na área conhecida como Campos de Viamão, onde se iniciou a formação de um povoado, a Capela Grande do Viamão. Outros colonizadores que receberam terras na região foram Sebastião Francisco Chaves, Dionisyo Rodrigues Mendes e principalmente Jerônimo de Ornelas, concessionário da sesmaria mais importante, a de Sant'Anna, localizada sobre o atual Morro Santana, em um lote que já ocupava desde 1732, tendo ali instalado sua residência e uma estância para criação de gado.
Em 1742, o rei de Portugal, atendendo a solicitação do brigadeiro José da Silva Paes, publicou edital autorizando a emigração de casais açorianos para o sul do Brasil.
Em 7 de dezembro de 1744, Jerônimo de Ornelas recebeu, por Carta Régia, a confirmação de posse das terras já ocupadas e intensificou sua criação de gado. Com a sede instalada no Morro Sant'Anna, o restante de sua propriedade era apenas campo desabitado, com a exceção de algumas famílias arranchadas à beira do lago formado pelo rio Guaíba, na ponta da península, onde hoje é o Centro histórico de Porto Alegre. Ali foi erguido uma capela, consagrada a São Francisco das Chagas, elevada a curato em 1747.
Em 1750, após a assinatura do Tratado de Madrid, ordenou-se ao governador de Santa Catarina, Manoel Escudeiro de Souza, que enviasse ao Porto do Viamão, uma leva dos casais que estavam por chegar dos Açores.
Em 1751, foram selecionadas 60 famílias, perfazendo um total de cerca de 300 pessoas, que chegaram ao local em janeiro de 1752, sendo encaminhadas para terras já demarcadas no Morro Sant'Anna.
Mas, o local era pobre em fonte de água e foi abandonado, tendo a população se fixado junto do porto que, por essa razão, passou a ser conhecido como "Porto dos Casais".
Em 1752, chegou nova leva de açorianos, que se juntaram a cerca de 60 soldados do destacamento do Coronel Cristóvão Pereira de Abreu, para cá enviados a fim de dar proteção e assistência aos habitantes. Junto com a tropa veio o primeiro religioso, um capelão militar carmelita, Frei Faustino Antônio de Santo Alberto.
O surgimento do nome
O nome da localidade, foi evoluindo ao longo do tempo, passando por "Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais" e "Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre", até ser simplificado para Porto Alegre em 1822.
O primeiro nome foi Porto dos Casais, pois era uma referência aos casais de portugueses que vieram das Ilhas Açores e fundaram a povoação.
O nome sofreu alterações, sendo um período chamado de "Porto de Viamão" antes de se tornar "Porto dos Casais".
O "Alegre" no nome atual é uma referência à beleza da paisagem do porto no Guaíba, e a prosperidade do porto para a região, ou seria também a alegria dos imigrantes que se estabeleceram ali.
Em 11 de dezembro de 1810, a cidade foi emancipada.
Em 1822, a cidade foi reconhecida oficialmente, com o nome de Porto Alegre, que se manteve até hoje.
A cidade passou por momentos complicados, desde períodos históricos até desastres naturais como as enchentes de 1941 e 2024.
Porto Alegre vive em sua história, momentos de prosperidade e superação, visando um novo e belo futuro, como a capital dos gaúchos.
Diones Franchi
Jornalista e mestre em História
Referências bibliográficas:
- Costa, Eimar Bones da (ed). História Ilustrada do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Já Editores, 1998
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- Baptista, Maria Teresa Paes Barreto. José Lutzenberger no Rio Grande do Sul: Arquitetura, Ensino, Pintura (1920-1951).
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