Getúlio Dornelles Vargas foi um advogado e político brasileiro que se tornou presidente da república. Foi também o líder civil da Revolução de 1930 que pôs fim à República Velha. Nasceu em São Borja, Rio Grande do Sul em 19 de abril de 1882, sendo filho de Manuel do Nascimento Vargas e de Cândida Francisca Dornelles Vargas, estancieiros na região da fronteira com a Argentina.
Quando jovem sentiu-se atraído pela carreira militar e se alistou aos dezesseis anos. Em seguida, mudou de opinião e se matriculou na Faculdade de Direito de Porto Alegre, vindo a se formar em 1907. Em 1911, Getúlio Vargas se casou com Darcy Lima Sarmanho, com quem teve cinco filhos: Lutero, Getúlio, Alzira, Jandira e Manuel.
Foi nesta época que Getúlio iniciou sua carreira política. Em 1909, foi eleito deputado estadual e reeleito em 1913. Entre 1922 e 1926 ocupou uma cadeira na câmara federal.
Em 1926, o presidente Washington Luiz Pereira de Souza nomeou Getúlio ministro da Fazenda, cargo que deixou, em 1928, para tornar-se governador do Rio Grande do Sul.
Em 1930, perdeu a eleição presidencial para Júlio Prestes, mas alcançou o poder no mesmo ano, depois de protagonizar um golpe de estado com apoio do exército.
Foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro período foi de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório", de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte e como presidente ditador de 1937 a 1945, durante o Estado Novo. Neste período criou as leis trabalhistas, que regem até hoje, em sua maioria a CLT.
No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas, como o próprio ressalta em sua carta-testamento, renunciou devido a possibilidade de ser deposto por um golpe militar, onde se retirou para sua cidade natal, São Borja. No dia 2 de dezembro do mesmo ano, foram realizadas eleições livres para o parlamento e presidência, nas quais Getúlio seria eleito senador pela maior votação da época. Era o fim da Era Vargas, mas não o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular.
No segundo período, em que foi eleito por voto direto, Getúlio governou o Brasil por 3 anos e meio: de 31 de janeiro de 1951 até 24 de agosto de 1954, quando se suicidou. Getúlio era chamado pelos seus simpatizantes de “o pai dos pobres” frase bíblica e um dos títulos de São Vicente de Paula, título criado pelo seu Departamento de Imprensa e Propaganda o DIP, enfatizando o fato de Getúlio ter criado muitas das leis sociais e trabalhistas brasileiras. Os seus seguidores, eram denominados "getulistas” e as pessoas próximas o tratavam por "Doutor Getúlio", e a população o chamava de "O Getúlio", e não de "Vargas".
Neste segundo mandato, Getúlio fundou em 1953, a Petrobras, uma empresa estatal brasileira que atua principalmente na exploração e produção de petróleo e seus derivados e de gás natural.
A pesar de pontos positivos, Getúlio teve um governo tumultuado pelas medidas administrativas que tomou e devido às acusações de corrupção que atingiram seu governo. Um polêmico reajuste do salário-mínimo, em 100%, ocasionou, em fevereiro de 1954, um protesto público, em forma de manifesto à nação, dos militares, (um dos quais foi Golbery do Couto e Silva), contra o governo, seguido da demissão do ministro do trabalho João Goulart.
Este Manifesto dos Coronéis, também dito Memorial dos Coronéis, foi assinado por 79 militares que, na sua grande maioria, eram ex-tenentes de 1930. Este Manifesto dos Coronéis significou uma redução do apoio ao governo Getúlio, na área militar, e, também, na área trabalhista, por conta da demissão de João Goulart.
Tudo ficaria, mais insustentável para Getúlio, quando na madrugada de 5 de agosto de 1954, um atentado a tiros de revólver, em frente ao edifício onde residia Carlos Lacerda, em Copacabana, no Rio de Janeiro, mata o major Rubens Florentino da Força Aérea Brasileira (FAB), e fere, no pé, Carlos Lacerda, jornalista e o futuro deputado federal e governador da Guanabara, sendo membro da UDN, que fazia forte oposição a Getúlio. O atentado foi atribuído a Alcino do João do Nascimento e o auxiliar Climério Euribes de Almeida, membros da guarda pessoal de Getúlio, que era comandada por Gregório Fortunato, sendo chamada pelo povo de "Guarda Negra.
Em meio a muitas pressões, no dia 24 de agosto de 1954, o presidente Vargas cometeu suicídio, com um tiro no coração em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Sua morte ainda é rodeada de polemicas. É considerado o principal presidente da república na história do Brasil. A sua herança política é invocada por pelo menos um partido político atual: o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Três municípios brasileiros homenageiam Vargas com seu nome: Getúlio Vargas no Rio Grande do Sul, Presidente Vargas no Maranhão e Presidente Getúlio em Santa Catarina, além de vários monumentos, praças e ruas em sua homenagem pelo Brasil.
Hoje relembramos os 70 anos de sua morte, que trouxe um legado, independentemente de ser lembrado como herói ou não, Getúlio está eternizado na história do Brasil e também nas memórias do pampa.
Por: Diones Franchi
Jornalista e mestre em históia
Fonte:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. Edusp, 2013.
NETO, Lira. Getúlio, 2012