terça-feira, 17 de novembro de 2015

A História do Hino Rio - Grandense

O Hino Rio-Grandense é o hino oficial da República do estado do Rio Grande do Sul. E podemos dizer que é um hino diferenciado dos demais estados, por seu significado junto a história do Rio Grande do Sul. A letra é de Francisco Pinto da Fontoura, a música do Comendador Maestro Joaquim José Mendanha e a harmonização de Antônio Corte Real. Em um espaço de tempo de quase um século oficialmente existe o registro de três letras diferentes para o hino, desde os tempos da Revolução Farroupilha até aos nossos dias, até que finalmente foi resolvido, por uma comissão abalizada, que somente um deles deveria figurar como hino oficial, pouco antes dos festejos do Centenário da Revolução Farroupilha. A obra original possuía uma estrofe que foi suprimida, além de uma repetição do estribilho, pelo mesmo dispositivo legal que a oficializou como hino do estado pela lei nº 5.213, de 5 de Janeiro 1966 .
A história real do Hino começa com a tomada da Vila de Rio Pardo, pelas forças revolucionárias farroupilhas. Nesta ocasião foi aprisionado uma unidade do Exército Imperial, o 2° Batalhão, inclusive com a sua banda de música. O mestre desta banda musical, era Joaquim José de Mendanha, mineiro de nascimento que também foi feito prisioneiro, na época era um músico muito famoso e considerado um grande compositor. Por ironia do destino após a sua prisão, Mendanha, teria sido convencido a compor uma peça musical que homenageasse a vitória das forças farroupilhas, na vitória de 30 de abril de 1838, no célebre “Combate de Rio Pardo”.
Mendanha, diante das circunstâncias, resolveu compor uma música que, segundo alguns autores, era um plágio de uma valsa de Strauss. A melodia composta por Mendanha era apenas musicada. E o capitão Serafim José de Alencastre, pertencente às hostes farrapas e que também era versado em música e poesia, entusiasmado pelos acontecimentos, resolveu escrever uma letra alusiva à tomada de Rio Pardo.
à tomada de Rio Pardo.
Quase um ano após a tomada de Rio Pardo, foi composta uma nova letra e que foi cantada como Hino Nacional, mas o autor deste hino é desconhecido, oficialmente. Ele é dado como criação de autor ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Rio-grandense em sua edição de 4 de maio de 1839 chamou-o de “o Hino da Nação”.
Após o término do movimento apareceu uma terceira letra, desta vez com autor conhecido: Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribui para isto foi que o autor, depois de pronto este terceiro hino, continuou ensinando aos seus contemporâneos o hino com sua letra. A letra deste autor é basicamente a mesma adotada como sendo a oficial até hoje, mas a segunda estrofe, que foi suprimida posteriormente, era a seguinte:
Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na Glória,
E na virtude, romanos.
Ninguém queria relembrar feitos de outro povo como os gregos, e então se decidiu pela retirada desta parte da letra.
O hino definitivo do Rio Grande do Sul
Em 1933, no ano em que estavam no auge os preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução Farroupilha”, um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das versões para ser a letra oficial do hino do Rio Grande do Sul.
A partir daí, o Instituto Histórico contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense de Educação, fez a harmonização e a oficialização do hino. O Hino foi então adotado naquele ano de 1934, com a letra definitiva, conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em desuso os outros poemas.
No ano de 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por força da lei de 05 de janeiro de 1966, quando foi suprimida a segunda estrofe.

Hino Rio – Grandense
LETRA: Francisco Pinto da Fontoura (vulgo Chiquinho da Vovó)
MÚSICA: Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha
HARMONIZAÇÃO: Antônio Corte Real


Como aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o 20 de Setembro
O precursor da liberdade
Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra
De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra
Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo
Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra
De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra.








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