quarta-feira, 23 de março de 2016

O início da ocupação no Rio Grande do Sul

A ocupação do Rio Grande do Sul foi determinada através da autoridade que se constituía o exército português. Para os lusos, não existiam diferenças entre aquilo que era o bem da Coroa e a propriedade particular dos que administraram essas terras em nome do rei. Principalmente nas regiões das fronteiras as ocupações espanholas e portuguesas eram travadas com legitimidade de autoridade.
O modelo de apropriação e ocupação se caracterizou através da colonização ibérica e lusitana, marcada por uma preocupação de constituir na região colonizada uma estrutura, cuja determinação era servir aos interesses da corte. Estes interesses buscavam, na região conquistada, levar mercadorias ou matérias-primas e metais preciosos para gerar na metrópole uma balança comercial favorável. 
A vida desses homens que trabalhavam nesta região tinha só um objetivo: tropear o gado entre o Prata, Laguna e São Paulo. Era um comércio de trânsito que se desenvolvia com rapidez a partir da abertura do caminho da Colônia de Sacramento a Laguna em 1726. O que caracteriza mais tarde, uma disputa por territórios, através de batalhas travadas por portugueses e espanhóis.
Nestas lutas entre os impérios, durante os séculos XVI, XVII e XVIII, tinha como objetivo direcionar as colônias apêndices comerciais para os interesses da Europa. Portugueses e espanhóis buscavam encontrar um lugar para se fixarem, queriam terras e, com a chegada da notícia que na capitania Del Rey havia rebanhos de bovinos pastando livremente, esses homens começaram a disputa por sesmarias nesta região. Estas terras viviam em constantes disputas entre as duas coroas ibéricas, o que facilitou um tipo de ocupação de natureza militar.
Para demarcar o território e sua ocupação foram construídos postos, estâncias e nas fronteiras fortes militares.
De acordo com Fortes, 1941, a estância se torna a primeira forma real de ocupação que levou a uma efetiva presença portuguesa na região, a legitimação da propriedade territorial e a radicação das famílias nas terras recém ocupadas.
Foi com o incremento do comércio do couro, a partir da Colônia de Sacramento, que o processo de ocupação do território se intensificou, pois a coroa procurava retirar dessa região algum dividendo, já que não se tinham, ainda, notícias de outras riquezas a serem exploradas. Esta ocupação foi marcada por lutas entre os impérios europeus, na busca de solidificar colônias.
No século XVIII, Portugal e Espanha negociaram essa região a partir de dois tratados: O Tratado de Madri (1750) e o de Santo Ildefonso (1777). Conforme Fortes, 1941, esta estrutura da propriedade se delineava na medida em que se expandia o comércio do couro. Assim a situação de fronteira do território, levou a distribuição de sesmarias, principalmente, à militares de postos variados. Dessa forma, conforme o autor, o colonizador principalmente nas fronteiras do Rio Grande do Sul, se constituiu nestas paragens, do militar que, por serviços prestados nas campanhas tinha como mérito esse território. Assim novamente afirma o autor “iam recebendo sesmarias de campo onde fundavam estâncias”. 
No século XVIII, o processo de ocupação no sul se faz mediante a realização de conflitos militares, envolvendo os interesses comerciais das coroas ibéricas, as quais buscam determinar suas posses, objetivando, com isto, garantir riquezas no comércio mundial.Nisso entre as regiões de conflito, temos o Forte de Santa Tecla, localizado próximo da fronteira com a Banda Oriental, hoje Uruguai e que foi ponto estratégico para uma batalha entre portugueses e espanhóis. Sobre o comando de Rafael Pinto Bandeira, os portugueses conquistam a região e sua soberania.

Gado ao norte do canal do Rio Grande de São Pedro - Guaíba

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