Os mitos e as lendas são um depoimento que o povo faz sobre si mesmo e para si mesmo. Mitos e lendas muitas vezes são confundidos, e isso explica-se pois muitos mitos geram lendas e algumas lendas, são pequenos mitos.
No Rio Grande do Sul existem quatro mitos principais, que são os seguintes:
O lobisomem no folclore gaúcho:
É a crença de que determinados homens podem se transformar em um monstro meio-lobo e meio-homem, em algumas circunstâncias. Segundo o mito no Rio Grande do Sul, o homem que se torna lobisomem sempre mora em um rancho isolado, obrigatoriamente com um galinheiro ao fundo. A meia noite ele transforma-se em lobisomem, e quando o sol está nascendo, transforma-se em homem novamente. O mito do lobisomem originou muitas lendas locais.
A bruxa no folclore gaúcho:
A bruxa é uma pessoa que gosta de praticar o mal. Suas principais vítimas são as crianças, pequenos animais e lavouras que estão em crescimento. Sua arma é o “olho grande”, que coloca onde deseja fazer o mal. Para afastar a bruxa, utiliza-se uma figa, um chifre de boi ou um galho de arruda. De Porto Alegre a Torres, é o local com maior crença neste mito, já em outros locais do estado a crença na Bruxa não é tão presente.
O diabo no folclore gaúcho:
O Diabo é visto como o anjo Rafael, que é muito capaz e invejoso. Segundo a obra citada, “tão alto subiu, que quis igualar-se a Deus e por isso foi precipitado nas profundezas do inferno”. Vários provérbios gaúchos citam o referido mito, tais como: “mais tem Deus pra me dar, do que o Diabo pra me tirar” e “onde o Diabo perdeu as botas”.
O Diabo é visto como o anjo Rafael, que é muito capaz e invejoso. Segundo a obra citada, “tão alto subiu, que quis igualar-se a Deus e por isso foi precipitado nas profundezas do inferno”. Vários provérbios gaúchos citam o referido mito, tais como: “mais tem Deus pra me dar, do que o Diabo pra me tirar” e “onde o Diabo perdeu as botas”.
Sanguanel
É um mito da região da serra gaúcha. É um pequeno ser, de cor vermelha e que não faz mal a ninguém, apenas assusta. Vive em meio aos pinheirais da serra e costuma roubar crianças para esconder nas árvores ou matas. Quando as crianças retornam para suas casas, estão em estado de sonolência e pouco lembram o que aconteceu.
Os mitos não se localizam no tempo e no espaço. Referem-se o mais das vezes a fenômenos da natureza e às suas forças: o céu, o sol, a lua, as estrelas, os ventos, as águas, a criação do mundo, do homem e da mulher, o Bem, o Mal, e dos monstros do terror primitivo. É importante destacar que não existe vampiro na mitologia do Rio Grande do Sul”.
As principais lendas do Rio Grande do Sul são o Negrinho do Pastoreio, A lenda do João de barro, Sepé Tiaraju, A lenda do Boitatá, A lenda do quero-quero, a Salamanca do Jarau e A lenda da Erva Mate.
Vale destacar que mitos, lendas e folclore não são a mesma coisa. O folclore é o conjunto de criações culturais de uma comunidade, baseado nas suas tradições expressas de modo individual ou coletivo. Todos os povos possuem o próprio folclore, passado de maneira informal de geração a geração, por meio de músicas, histórias, comidas, etc.
As tradições folclóricas também incluem lendas – que são narrativas de caráter espetacular em que um fato histórico se amplia e se transforma na imaginação popular – e mitos – são narrativas que evoluem de acordo com as condições históricas e étnicas de uma determinada cultura.
Por: Diones Franchi
Jornalista e mestre em história
Fonte:
Fagundes, Antônio Augusto. Mitos e lendas do Rio Grande do Sul / Antonio Augusto Fagundes. – Porto Alegre: Martins Livreiro, 1992.
Rigo, Tamara Trentini – Revista Pia, MTG, 2020
https://www.lendas-gauchas.radar-rs.com.br - acesso em 1° de novembro de 2024
Bruxa