O Rio Grande do Sul é um estado que sempre demonstrou sua bravura e coragem, através do seu povo. Desde as lutas entre portugueses e espanhóis por essas terras, o estado constituiu o seu território, através das demarcações. Muito disso resultou na bravura e sangue dos povoadores. Eram momentos difíceis que mostravam a superação, entre nosso povo.
Um dos grandes conflitos, foi Guerra Guaranítica, onde índios da tribo Guarani e as tropas portuguesas e espanholas, entre os anos de 1753 e 1756, entraram em conflito. O resultado disso foi a morte de milhares de índios guaranis.
Mais tarde, novamente o Rio Grande do Sul, entrava em alerta com a Guerra da Cisplatina (1825-1828) que foi um conflito travado pelo Império do Brasil contra as Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina) pelo controle da Cisplatina, região que atualmente conhecemos como Uruguai. Mais uma vez nossos soldados foram convocados gerando diversas baixas.
Com o tempo o Rio Grande do Sul foi constituído, e os portugueses e espanhóis entraram em acordo pelas terras.
Após isso, o Rio Grande, mergulhava em um momento sem guerras, até surgir a Revolução Farroupilha de 1835 a 1845, que trouxe também diversas tensões para a população, numa guerra entre imperiais e farroupilhas, onde nosso estado chegaria a paz 10 anos depois, sendo que desse conflito morreram mais de 3000 pessoas. Depois passamos pela Guerra do Paraguai e as incertezas pairavam sobre a população, onde muitos soldados de nossa terra lutaram novamente nesse grande conflito e novamente tivemos mortes.
Na Revolução Federalista de 1893, na chamada guerra da degola, que de um lado tinha os revolucionários de Júlio de Castilhos e de outro, os de Gaspar Silveira Martins, aconteceu a morte de cerca de 12.000 pessoas. Em mais tempos sombrios, surgiria em 1914, a Primeira Guerra Mundial, apesar de estar distante da realidade do estado, atingiria o país através de medidas como retaliações a famílias, bancos e companhias de países envolvidos na guerra. Em 1918, a gripe espanhola assolava o mundo, trazendo mais vítimas fatais e assombrando milhares de pessoas.
O Rio Grande do Sul voltaria a ser atingido por um conflito, na Revolução de 1923, onde foi travada uma guerra entre maragatos e chimangos. Novamente famílias se enlutavam com a morte de mais de 1000 pessoas.
Na Segunda Guerra Mundial, foram enviado soldados de nosso estado, para lutar em terras longínquas em defesa da pátria, trazendo a angústia e dor para muitos familiares.
Além dos aspectos econômicos que uma guerra ocasiona, também existiram no tempo, os acontecimentos climáticos e outras tragédias.
Em 1941, o Rio Grande do Sul apresentou grandes precipitações de chuva, devido as enchentes no estado do Rio Grande do Sul, principalmente Porto Alegre, fazendo vitimas.
No decorrer do tempo, muitas tragédias enlutaram o Rio Grande do Sul, como em 2013 onde morreram 242 pessoas em uma boate em Santa Maria, sendo essa a maior tragédia no Rio Grande do Sul em número de vítimas em um incêndio e segunda do Brasil. Um acontecimento que deixaria nosso estado impactado com a dimensão da dor de todos os familiares, trazendo comoção e mudanças na segurança de eventos no país.
Em 2020, o mundo foi acometido pela pandemia de Covid, que surgiria no ano anterior, onde milhares de pessoas ficaram doentes e muitas morreram, atingindo mais uma vez nossa estado.
Entre o final de abril e início de maio de 2024, o estado presenciou, sua maior catástrofe climática da história. Em várias cidades, em menos de 3 dias, chegou a chover mais de 600 mm, correspondendo a um terço da média histórica de precipitação para todo um ano.
No dia 5 de maio o governo federal decretou estado de calamidade pública e no mesmo dia, a inundação do Guaíba, lago que cerca a capital Porto Alegre. Já morreram mais de 150 pessoas, sendo diversas desaparecidas, e tendo mais de 80% das cidades atingidas, deixando milhares de desalojados e pessoas que perderam todos os seus bens.
Além desse desastre o Rio Grande do Sul ao longo dos anos, sofreu com muitas guerras, tragédias e também desastres. Foram alguns aqui citados, mas sabemos que todos deixaram suas marcas no passado.
Acontecimentos como estes, devem ser lembrados e projetados para evitarmos que na medida do possível, nunca mais aconteçam.
As dores são cicatrizes que com o tempo, devem ser amenizadas, apesar de sabermos que não é fácil quando está acontecendo conosco.
É preciso que o Rio Grande do Sul, se reerga em uma corrente de amor, paz, esperança e solidariedade. Apesar das grandes tragédias do passado e atualmente, o Rio Grande do Sul surge no horizonte, em meio ao sol, que depois irradia no céu estrelado.
Por: Diones Franchi
Jornalista
Mestre em História
Viva ao Rio Grande do Sul
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