domingo, 3 de julho de 2016

Caetano Gonçalves da Silva - O bravo filho de Bento Gonçalves

Caetano Gonçalves foi um militar brasileiro, que nasceu no Departamento de Cerro Largo, Uruguai, em 21 de janeiro de 1822. Apesar de ter nascido no Uruguai, ele tinha dupla nacionalidade, sendo que desde pequeno era um garoto interessado na vida militar. Era filho do presidente da República Rio-Grandense, Bento Gonçalves da Silva e de Caetana Garcia Gonçalves da Silva. Em companhia de seus irmãos, Joaquim e Bento, estudou no Rio de Janeiro. Sua vida acadêmica foi interrompida pela prisão de seu pai na Ilha de Fanfa durante a Revolução Farroupilha. Bento Gonçalves foi transferido para o Forte do Mar, na Bahia, onde fugiria com ajuda de amigos maçons em 10 de setembro de 1837. Percebendo a gravidade dos fatos, Caetano e seus irmãos, ausentaram-se do Rio de Janeiro e vieram alistar-se entre os legionários farrapos.
Trocando os livros pela espada, entrou na campanha e alcançou por seus serviços o posto de capitão, participando de diversos combates até o fim da Revolução Farroupilha em 1845.
Em 10 de dezembro de 1858, foi nomeado tenente-coronel chefe do Estado Maior da Guarda Nacional do município de Bagé, sendo superior ao cargo do coronel Ismael Soares, que era seu sogro. Dedicou-se a vida pastoril no município, de onde adotou para viver. Casou-se com Clara Soares, permanecendo em Bagé, de onde, desta união tiveram três filhos, um filho e duas filhas.
Serviu no sítio de Uruguaiana, onde se apresentou com 20 distintos homens da cavalaria ao Imperador Dom Pedro II. Depois da rendição dos paraguaios em Uruguaiana em 18 de setembro de 1865, Caetano Gonçalves reuniu o 1° Corpo do Exército no território de Corrientes, fazendo toda marcha da Brigada Ligeira do general Antônio de Souza Netto. Participou do Passo da Pátria em 16 e 17 de abril de 1866, e em seguida das batalhas no Estero Bellaco e do Tuiuti, na Guerra do Paraguai. Pelos serviços prestados foi condecorado com a Ordem da Rosa e o Comendador da Ordem de Cristo. Permaneceu no exército até a conclusão da Campanha em 1870. Foi condecorado também com as medalhas de Mérito Militar da Campanha do Paraguai e a comemorativa de ouro da Rendição de Uruguaiana. Apesar de receber todas as honrosas distinções, nunca o coronel Caetano Gonçalves colocou uma medalha no peito, sendo que sua farda jamais revestiu-se de condecorações.
Caetano Gonçalves foi ainda delegado de polícia em Bagé, por duas vezes, e membro do antigo Partido Liberal, sendo vereador do município nas legislaturas de 1847 e 1857.
O coronel Caetano Gonçalves faleceu em Bagé aos 63 anos, em 16 de junho de 1885, após uma vida repleta de conquistas e vitórias.
Devido a seus atos de justiça e bravura recebeu homenagem do município de Bagé, sendo agraciado com o nome de uma rua.
Participou da cavalaria na Guerra do Paraguai e teve destaque nos campos de batalha. Não era considerado com grande fama dentro do exército brasileiro, mas sempre cumpriu os deveres a ele designados.

Fonte:
REIS, Jorge. Homens do Passado. Notas de Eduardo Contreiras Rodrigues, Murilo Edgar Budó e Tarcísio Antonio Costa Taborda. Bagé, Urcamp, 1989.

Artigo de Diones Franchi publicado no jornal Folha do Sul - Bagé - RS em 20/06/2016

 

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