Manuel Luís Osório, conhecido também como Marquês do Herval nasceu em 10 de maio de 1808, na localidade de Vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio, hoje município que leva seu nome, Osório no Rio Grande do Sul.Participou dos principais eventos militares do final do século XIX sendo herói da Guerra da Tríplice Aliança. Segundo o historiador e seu biografo Francisco Doratioto, Manuel Luis Osório foi militar contra a vontade, por imposição paterna e pela falta de alternativas para um garoto pobre do interior do Rio Grande do Sul. Mas com o tempo simpatizou com a vida e a carreira militar.Ingressou no Exército aos 14 anos e com 17 anos incompletos já era alferes. Participou de todas as batalhas ocorridas no sul do continente, como a batalha de Sarandi, na guerra da Província Cisplatina, em 1825. Lutou ainda em Passo do Rosário (1828), na Revolução Farroupilha (1835-1845) e na batalha de Monte Caseros (1852), contra o ditador argentino Juan Manuel Rosas.Em 1835, surgia a Guerra dos Farrapos caracterizada por agitações separatistas que, por dez anos, ameaçou a unidade do Império. O tenente Osório, à época, servia o 2º Corpo de Cavalaria Ligeira, na Vila de Bagé, onde abandonou a praça e entregou-a aos farrapos. Osório conduziu seu superior até a fronteira e apresentou-se depois ao coronel Bento Manoel Ribeiro.De espírito liberal, Osório apoiou a causa farroupilha, combatendo inicialmente ao lado dos rebeldes, até a proclamação da República Rio-Grandense em 1836, quando o movimento tomou a causa separatista o que ele não aceitou, motivo pelo qual integrou-se ao Exército Imperial, no qual permaneceu até o fim da revolta. Participou, ainda, dos combates contra os rebeldes em Porto Alegre, Caçapava do Sul e Herval. Tornou-se capitão em 1838 e major em 1842. Em 1844 solicitou a sua reforma, mas o Exército não querendo dispensá-lo, nomeou-o tenente-coronel e comandante do 2º Regimento de Cavalaria de Linha. Auxiliou Caxias na elaboração da paz de Poncho Verde que ocorrida em 25 de fevereiro de 1845. Com o fim da Revolução Farroupilha o imperador Dom Pedro II ainda muito jovem, decidira visitar a Província com o objetivo de consolidar a paz firmada. Caxias confiou a Osório a delicada missão. Em 1856, tornou-se general e, nove anos depois, marechal de campo, depois de ter organizado, no Rio Grande do Sul, o Exército brasileiro que participou da guerra do Paraguai (1865-1870). Comandou as tropas brasileiras que invadiram o Paraguai, em 16 de abril de 1866. Em maio, planejou a estratégia que permitiu ao Brasil vencer a batalha de Tuiuti, a maior do conflito. Recebeu o título de Barão e depois Marquês do Herval. Voltou ao campo de batalha em 1868 e mais uma vez demonstrou competência, conquistando a fortaleza de Humaitá e vencendo a batalha de Avaí. Osório era um homem simples, nada aristocrático, que se dava bem com os soldados e, assim como eles, estava sempre pronto para entrar em ação. Mais tarde foi chamado pelo imperador a ocupar uma cadeira no senado e promovido ao posto de marechal de exército. Em 1878, foi nomeado ministro da guerra, com a ascensão do Partido Liberal ao poder. Permaneceu no cargo até a morte. O General Osório conquistou a fama e reconhecimento nacional e até conquistou certa fortuna. Faleceu no Rio de Janeiro em 4 de outubro de 1879, sendo seu nome, homenageado em vários locais do Brasil, entre eles seu nome no município em que nasceu. Hoje Osório é o patrono da Arma de Cavalaria do Exército brasileiro. Contam os historiadores da época que, certa vez, despachando juntamente com outros ministros diante do imperador, percebeu que Dom Pedro II cochilava, sem dar atenção ao que eles diziam. Aborrecido, Osório deixou cair estrondosamente seu sabre ao chão. Abruptamente despertado, o imperador o admoestou: "Acredito que o senhor não deixava cair suas armas quando estava no Paraguai, marechal". "Não, majestade", respondeu Osório, "mesmo porque lá nós não cochilávamos em serviço".
O Memórias do Pampa é um projeto que visa divulgar a história e cultura do Rio Grande do Sul.
sábado, 17 de dezembro de 2022
General Osório – De soldado a patrono
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
A Revolução Farroupilha (1835-1845)
A Revolução Farroupilha foi a mais longa guerra civil da história brasileira, durando de 1835 até 1845. Foram dez anos de batalhas entre Imperialistas e Republicanos, os primeiros defendiam a manutenção do império e os segundos lutavam pela proclamação da república brasileira.
O Rio Grande do Sul na independência do Brasil
sábado, 6 de agosto de 2022
Os primeiros habitantes do Rio Grande do Sul - Os Índios
quarta-feira, 1 de junho de 2022
Piratini – A Primeira Capital Farroupilha
Piratini é um município
brasileiro localizado no Rio Grande do Sul, sendo destaque no estado por ter
sido a primeira capital farroupilha e também a primeira capital de princípios
republicanos no Brasil. Antes da chegada dos europeus, o
território gaúcho era habitado por povos indígenas, entre eles os índios Tapes
(guaranis) que habitavam a região de Piratini. Sua cultura era baseada na
produção e cultivo da horticultura tecnicamente muito simples. Piratini" ou
"Piratinin" (denominação primitiva) na língua tupi-guarani que
significa "peixe barulhento". A história do município de
Piratini se inicia de fato em 1777, quando os primeiros militares portugueses
instalaram-se às margens do rio Piratini. No entanto a fundação aconteceu, mais
tarde em 6 de julho de 1789, quando chegaram a região 48 casais açorianos. As
terras onde foram colocados os casais faziam parte de uma estratégia de ali
barrar possíveis caminhos de invasão por espanhóis ao Rio Grande do Sul, ao
longo do divisor da serra dos Tapes, a partir de Cerro Largo (atual Mello), e
através do passo Centurión (então Passo Nossa Senhora da Conceição) do rio
Jaguarão. Os casais se estabeleceram em Piratini, de 1789 a 1807, com o
objetivo de intensificar a ocupação portuguesa em todo território. Um dos
motivos foi o Tratado de Santo Ildefonso, imposto pela Espanha a Portugal, que
não agradava os rio-grandenses. A tradição guerreira da cidade
iniciou-se já em 1827, quando muitos habitantes da Freguesia tomaram parte na
campanha da Guerra da Cisplatina. A insegurança na fronteira que se transitava,
elegeu Piratini, situada sob a proteção da serra dos Tapes, como local seguro
para se viver. As famílias açorianas que migraram construíram boas casas,
inclusive palacetes e sobrados até hoje mantidos. Piratini foi instalada a
categoria de Vila em 7 de junho de 1832, pelo conselheiro Antônio Rodrigues
Fernandes Braga, decorridos 42 anos de sua fundação, sendo eleita e empossada a
primeira Câmara Municipal. Dos 40 signatários da ata de fundação registramos
entre eles, Bento Gonçalves da Silva. No decorrer do tempo, Piratini se
desenvolveu e passou a ser um local estratégico devido principalmente ao seu
relevo. Durante a Revolução Farroupilha, Piratini teve um importante destaque
no confronto. No dia 20 de setembro de 1835, os farrapos atacam a capital da
província, Porto Alegre, destituindo do poder o presidente Antônio Rodrigues
Fernandes Braga, que fugiu para Rio Grande. Um grupo de rebeles farroupilhas
ocupou Porto Alegre, enquanto outros cem homens deflagravam o movimento na Vila
Piratini, comandados pelo capitão de milícia Antônio José de Oliveira Nico e
por Domingos de Souza Neto, rendendo e destituindo as autoridades imperiais na
cidade. As primeiras colunas de farrapos marcharam pelas ruas estreitas da
vila, em 8 de outubro de 1835, sob a aclamação dos piratinienses. Por sua
localização estratégica, no alto da Serras do Sudeste, e pela existência de
dezenas de prédios próximos para a instalação dos comandos revolucionários, a
vila tornou-se o centro de operações do movimento. Em 10 de setembro de 1836, Antônio de Souza Neto,
venceu o combate do Seival com sua Divisão Liberal Integrada. No outro dia, em
11 de setembro, Neto apareceu a galope, postou-se ao centro da tropa, ergueu a
espada e anunciou a proclamação da República Rio-Grandense. Em 11 de novembro
de 1836 foi instalada em Piratini, a capital da República Farroupilha, sendo
elevada em 1837, ao título de "Mui Leal e Patriótica Cidade de Nossa
Senhora da Conceição de Piratinym". Na Câmara da cidade houve a posse de
Bento Gonçalves na Presidência da República Rio-Grandense em 16 de dezembro de
1837. Piratini esteve sede oficial da República Rio-Grandense ou República do
Piratini, entre os períodos de 11 de novembro de 1836 e 15 de julho de 1842.
Nos dias atuais Piratini conserva, em suas ruas, os casarões da época do
povoamento e da revolução, sendo patrimônio histórico e cultural do Rio Grande
do Sul, tais como o Museu Histórico Farroupilha, a Igreja Nossa Senhora da
Conceição, o Palácio da República Rio Grandense, o Sobrado da Dorada, a Casa da
Camarinha, construções do final do século XVIII até à primeira metade do século
século XIX, entre outros.
É considerada, uma das cidades mais importantes do Rio Grande do Sul, por
possuir uma significativa concentração de monumentos tombados pelo IPHAN e
IPHAE, considerado dessa maneira um dos centros históricos mais completos e
homogêneos do Brasil.
Por: Diones Franchi
Jornalista
Mestre em História
Fontes:
- Anais do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,1981. 12
volumes
- Portal - http://turismopiratini.com.br – Prefeitura de Piratini - RS
- PORTAL - http://www.ahimtb.org.br/piratini.htm
- Piratini- Um Sagrado Símbolo Gaúcho Farrapo - Cel Cláudio Moreira Bento
Vista aérea Piratini - RS
Piratini - RS
segunda-feira, 2 de maio de 2022
O Tratado de Ponche Verde
O Tratado de Poncho Verde foi um acordo que pôs fim à Revolução Farroupilha, onde ficou definida a volta do território da província do Rio Grande do Sul, a fazer parte do Império do Brasil. À data de sua assinatura acontece em 1º de março de 1845, quando foi anunciada a paz.
Ponche Verde é uma região assim denominada pelos seus verdes campos, ótimos para a criação de gado, que faz parte atualmente do município de Dom Pedrito, localizado no sul do estado do Rio Grande do Sul.
Em 18 de dezembro de 1844, D. Pedro II elaborou um decreto, de conteúdo reservado, dispondo sobre as condições de paz. Estas condições poderiam ser adaptadas e autorizadas pelo Barão de Caxias nas negociações.
Ainda em 1844, Bento Gonçalves iniciou conversações de paz, mas retirou-se por discordar de Caxias em pontos fundamentais, assumindo no seu lugar Davi Canabarro.
Na verdade não foi uma paz fácil de ser realizada, pois um dos impasses era que o Império queria negociar uma anistia, mas os farrapos rejeitavam, entendendo que o acordo deveria ser através de um tratado de paz, fato esse que o governo central recusava, com o argumento que tratados se faziam entre países e a república rio-grandense não era reconhecida. O que podemos entender é que Caxias usava uma linguagem dupla, para satisfazer os farroupilhas e outra que evitasse condições inaceitáveis pelo Império. Através de documentos pode-se entender também que Canabarro e Vicente da Fontoura se submeteram em parte, as condições impostas pelos imperiais, sem dar um reconhecimento maior aos seus companheiros farroupilhas. Uma dessas condições seria não haver um acordo assinado em conjunto.
Em Ponche Verde, no final de fevereiro de 1845, foram examinados pelos republicanos os termos do documento, já assinado por Caxias, que foi intitulado de Convenção de Paz entre o Brasil e os republicanos. O general David Canabarro, comandante em chefe do exército republicano, investido de poderes para representar a presidência da República, aceitou as condições. Farrapos e imperiais se reuniram no Acampamento Imperial de Carolina, em Ponche Verde, região do atual município de Dom Pedrito, para decretar a pacificação da província. Foram 12 as cláusulas da pacificação. Foram lidas em Ponche Verde no dia 25 de fevereiro, por Antônio Vicente da Fontoura:
Art. 1° - Fica nomeado Presidente da Província o indivíduo que for indicado pelos republicanos.
Art. 2° - Pleno e inteiro esquecimento de todos os atos praticados pelos republicanos durante a luta, sem ser, em nenhum caso, permitida a instauração de processos contra eles, nem mesmo para reivindicação de interesses privados.
Art. 3° - Dar-se-á pronta liberdade a todos os prisioneiros e serão estes, às custas do Governo Imperial, transportados ao seio de suas famílias, inclusive os que estejam como praça no Exército ou na Armada.
Art. 4° - Fica garantida a Dívida Pública, segundo o quadro que dela se apresente, em um prazo preventório.
Art. 5° - Serão revalidados os atos civis das autoridades republicanas, sempre que nestes se observem as leis vigentes.
Art. 6° - Serão revalidados os atos do Vigário Apostólico.
Art. 7° - Está garantida pelo Governo Imperial a liberdade dos escravos que tenham servido nas fileiras republicanas, ou nelas existam.
Art. 8° - Os oficiais republicanos não serão constrangidos a serviço militar algum; e quando, espontaneamente, queiram servir, serão admitidos em seus postos.
Art. 9° - Os soldados republicanos ficam dispensados do recrutamento.
Art. 10° - Só os Generais deixam de ser admitidos em seus postos, porém, em tudo mais, gozarão da imunidade concedida aos oficiais.
Art. 11° - O direito de propriedade é garantido em toda plenitude.
Art. 12° - Ficam perdoados os desertores do Exército Imperial.
Os republicanos também conseguiram que o governo imperial elevasse em 25% a taxa sobre o charque importado, mas nem todas as cláusulas são integralmente cumpridas pelo exército imperial.
- Os farrapos não escolhem seu presidente provincial e o barão de Caxias é indicado a senador pelo Império.
- O Império não ressarci integralmente as dívidas de Guerra contraídas pela província do Rio Grande do Sul, elas não são devidamente contabilizadas e tendo sido pago apenas há alguns pouca quantia.
- Não houve a libertação de todos os escravos que lutaram no Exército Farroupilha, a fim de se evitar a insurgência dos negros pelo resto do Império. Alguns são devolvidos aos seus donos, mediante reivindicação, outros são levados para Rio de Janeiro e vendidos a outros senhores. Os que fazem parte do corpo de Lanceiros Negros, comandados por Canabarro, são massacrados na Batalha de Porongos, mais conhecida como massacre de Porongos. Apenas 120 soldados são mandados incorporar por Caxias aos três Regimentos de Cavalaria de Linha do Exército na Província.
No local onde houve as tratativas entre farroupilhas e imperiais, existe um obelisco de granito, a beira de uma estrada, a 45 km da cidade de Dom Pedrito, onde lêem-se estas palavras: “Nestes campos de Ponche Verde, em 1º de março de 1845, os defensores do Império e os republicanos de Piratini asseguraram a unidade nacional, com a pacificação do Rio Grande do Sul”.
Dessa forma o Tratado de Ponche Verde foi uma “forma honrosa” de acabar um conflito onde os farrapos se apresentavam, defasados em relação ao exército imperial.
Sendo assim a partir de 1º de março de 1845 o território do Rio Grande do Sul volta a integrar o império brasileiro e posteriormente, em 15 de novembro de 1889, à República Federativa do Brasil.
Por: Diones Franchi
Jornalista e mestre em história
Fontes:
Flores, Moacyr. História do Rio Grande do Sul, 1986.
Flores, Moacyr. Negros na Revolução Farroupilha, 2004
História Ilustrada do Rio Grande do Sul, 2004.
URBIM, Carlos. Os Farrapos - Porto Alegre, 2001.
Mata – A cidade da pedra que foi madeira
Mata é uma cidade situada na área central do Rio Grande do Sul, onde possui uma imensa floresta de fósseis, contendo um jardim paleobotânico de 200 milhões de anos. A cidade também é conhecida pelos fósseis de dinossauros encontrados na região. O turismo influi diretamente na economia do Município, pois se constitui de importante fator de desenvolvimento. Mata, possui numerosas atrações culturais e turísticas, sendo considerado um verdadeiro Museu a Céu Aberto, cobertos por fósseis de pedras que já foram árvores, possuindo a maior reserva em área delimitada de fósseis do Brasil, para estudos científicos.
Mata é um importante ponto turístico do Rio Grande do sul, por fazer parte diretamente da pré - história do estado e do Brasil. Além da própria cidade que possui esses fósseis espalhados, o Jardim paleobotânico, possui uma a área de 36.000 m2, sendo a única reserva delimitada do Brasil em quantidade de fósseis do gênero. O local fica a cerca de 80 km de Santa Maria e foi descoberto em 1976, pelo Padre Daniel Cargnin, quando Mata ficou conhecida como "cidade da madeira que virou pedra" ou “cidade da pedra que foi madeira”.
A cidade de Mata faz parte, dos Sítios Paleobotânicos do Arenito Mata, criado pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos. De idade Triássica, estas exposições de "florestas petrificadas" estão entre os mais importantes registros do planeta, tendo se formado a mais de 200 milhões de anos. No Museu da cidade denominado Padre Daniel Cargnin você encontra uma coleção com mais de 2.500 peças com fosseis animais, vegetais, minerais e na parte da arqueologia, sendo considerado um dos museus mais completos que existe também para estudos científicos. O acervo conta com material considerados, como um dos mais antigos do Rio Grande do Sul.
A cidade é tombada pelo patrimônio histórico e cultural, onde é composto por madeiras que passaram por processo de fossilização e se transformaram em pedra.
A explicação para a formação dos fósseis, segundo os paleontólogos, têm relação com um abalo no eixo da terra, que soterrou tudo, mantendo uma camada composta de mineral com água e sílica.
Dessa forma a madeira ficou toda soterrada e a água foi se infiltrando na própria madeira, tirando os pedacinhos de madeira e mineral, cristalizando no local. Seria uma substituição da matéria orgânica pela mineral.
Todos os anos, cerca de 10 mil pessoas visitam a cidade de Mata. E os fósseis não estão apenas nos museus. A madeira que virou pedra também é encontrada na arquitetura das casas, nas igrejas, nos detalhes das praças e até nas calçadas. Certamente é uma cidade que conta a verdadeira pré-história do estado do Rio Grande do Sul.
Por: Diones Franchi
Jornalista e mestre em História
Fontes:
- História Ilustrada do RS – RBS Publicações.
- Portal G1 - https://g1.globo.com/.../jardim-paleobotanico-de-200...
- Prefeitura de Mata – https://www.mata.rs.gov.br/
Monumento Petrificado
quinta-feira, 10 de março de 2022
A Primeira divisão administrativa do Rio Grande do Sul
O surgimento do Rio Grande do Sul está ligado diretamente à história da sua ocupação, a partir das sesmarias e dos núcleos açorianos. Foi nesse momento que o Estado iniciou um processo de divisão territorial em áreas administrativas.Na época o Rio Grande do Sul recém fora elevado à condição de Capitania do Rio Grande de São Pedro do Sul. Dom Diogo de Souza fora designado por Dom João IV como capitão-general e “governador” do estado, sendo ele o responsável em assinar em um alvará que estabeleceria a primeira divisão administrativa no território gaúcho que, após muitas disputas entre as coroas portuguesa e espanhola, começava a tomar a forma que se mantém até os dias de hoje.
Sendo assim a primeira divisão ocorreu no ano de 1809, separando a então Província de São Pedro em quatro grandes municípios: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha.
Eles eram divididos da seguinte forma:
Porto Alegre – Com as paróquias de N.S. Madre de Deus, N.S. da Conceição de Viamão, N.S. dos Anjos da Aldeia, Bom Jesus do Triumpho.
Rio Grande – Com as paróquias de S. Pedro do Rio Grande, N.S. da Conceição do Estreito e S. Luiz de França das Mostardas.
Santo Antonio da Patrulha – Com as paróquias S. Antonio da Patrulha, N.S. da Conceição do Arroio e N.S. da Oliveirada Vaccaria.
Rio Pardo – Com as paróquias de N.S. do Rosário de Rio Pardo, Santo Amaro, S. José de Taquary e N.S. da Conceição da Cachoeira.
Com o passar dos anos, outras divisões administrativas foram ocorrendo, à medida em que emancipações eram efetivadas e novos municípios iam sendo fundados pelos desbravadores dos rincões gaúchos.
Essa evolução, com o surgimento de novas sedes municipais, acentuou-se, sobretudo, na segunda metade do século 19, quando a economia baseada na pecuária já se encontrava em processo de estagnação e a chegada de imigrantes europeus para povoar e colonizar novas áreas tornou-se presente.
Os imigrantes estabeleceram-se em pequenas propriedades nos vales dos rios Taquari, Sinos e Caí. Dedicaram-se primeiramente à agricultura de subsistência e, através da comercialização do excedente da produção, geraram capital que proporcionou o surgimento do comércio e da indústria. O desenvolvimento destes setores propiciou o surgimento de uma região mais dinâmica, formada de novos e inúmeros povoados. O crescimento populacional e o fracionamento das colônias, somados à chegada de novos grupos étnicos, resultou na expansão das áreas no Rio Grande do Sul e seu processo de emancipação se intensificou do que conhecemos hoje.
Atualmente, numa área de 281.730,2 km², o Estado do Rio Grande do Sul é divido em 497 municípios, de acordo com dados do IBGE e do governo do Estado.
Por: Diones Franchi
Jornalista e mestre em História
Referências:
- Atlas Econômico do RS - https://atlassocioeconomico.rs.gov.br
- Jornal ZH - https://gauchazh.clicrbs.com.br/.../em-1809-rio-grande-do...